o gajo k n tem juízo nenhum!

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Ao fazer a minha ronda blogueira de domingo à noite dei com este artigo, o qual subscrevo completamente, acerca do caso “doutoramento por fax” vs. “chamou nomes feios à mãe do Senhor Engenheiro Primeiro-Ministro”, que passo a reproduzir:

 

“Para quem julgava que o governo neo-fascista de Portugal já tinha atingido um absoluto grau zero completamente inultrapassável, desengane-se. O recente caso do professor Charrua ultrapassa largamente tudo o que seria imaginável. Conhece-se o enredo: Charrua é um professor de Inglês destacado há 18 anos na DREN (Direcção Regional da Educação do Norte). Terá feito um «comentário jocoso» sobre a licenciatura do sr. Pinto de Sousa nas instalações do seu local de trabalho. Entretanto um bufo, denuncia-o à directora da referida DREN. E que faz a senhora? Manda chamar o bufo e explica-lhe que o seu comportamento é inadmissível numa sociedade democrática? Propõe-lhe a frequência de uma acção de formação sobre ética, direitos constitucionais, tolerância ou liberdade de expressão? Népias! Concerteza, agradece ao bufo pelo serviço prestado à nação, abre um processo disciplinar ao professor Charrua e, sem sequer concluir o dito, imediatamente, sem o ouvir, suspende o destacamento ao prof e manda-o regressar à escola de origem.Justificação para esta abencerragem? «O primeiro-ministro é o primeiro ministro de Portugal» (sic) Que quererá isto dizer? Nós sabemos que sim e lamentamos… Se se concluir do processo que o professor Charrua é inocente, não há problema: «receberá uma indemnização» (sic). E paga por quem? Descontada do vencimento da sra directora da dren? Não, claro, paga com o dinheiro dos nossos impostos. Santa im(p)unidade…Este caso é triste, deprimente, verdadeiramente chocante. Infelizmente não creio que esteja aqui em causa apenas uma bizarria de uma directora sem perfil para ocupar o cargo que ocupa. Infelizmente isto é mais do mesmo. Esta atitude não destoa da atitude geral deste ministério da educação, onde são figuras de proa personagens insólitas como um tal Pedreira e um Valter Lemos. O episódio não é a excepção; é a regra, é mais um capítulo da aplicação da filosofia autocrática e autista deste governo. Não é por acaso que uma coisa destas nunca se passou, desde o 25 de Abril de 74 até hoje, e que se dá precisamente agora. Isto tem a inconfundível marca do PS-Pinto de Sousa. É o selo Coelhone: «Quem se mete com o PS, leva» (sic), não sei se estão recordados…

 

Não tenho memórias dos tempos anteriores ao 25 de Abril. Mas explicaram-me, era ainda criança, que a maior conquista de Abril foi a liberdade de expressão. Acredito que sim. Não concebo como se pode viver numa sociedade pidesca, onde um bufo está à espreita na esquina do lado, para nos denunciar. A ministra da educação, entretanto, já se recusou a ir ao Parlamento esclarecer este gravíssimo atentado. A senhora não se pronuncia quando, em rigor, já deveria ter demitido a sua subordinada do Norte. Mas não. Tá calada e quem cala consente… Pinto de Sousa, calado está.

 

O outro ministro, aquele que, também ele, mandou uma piadola acerca da licenciatura de Pinto de Sousa, esse não foi incomodado. Marcelo Rebelo de Sousa que disse e escreveu «já se percebeu que a licenciatura do primeiro-ministro é da farinha do amparo» continua a leccionar, ao que sei, numa universidade pública portuguesa. Não é incomodado e bem. Mas lixa-se o charrua! Ora bolas… Como dizem os ingleses it stinks! É mau de mais. E assim, caso ainda fosse preciso demonstração, o PS redifine-se politicamente como um partido neo-fascista que atenta seriamente contra a liberdade de expressão, contra um dos valores mais sagrados da democracia. Pior que isso: revela não ter qualquer sentido de humor, mostra-se pacóvio e provinciano.

 

De um certo ponto de vista, este retrocesso é ainda bem pior, posto que não é apenas um retrocesso político: é um retrocesso civilizacional. Coloca a sociedade portuguesa mais próxima daqueles países da malta das cabeças embrulhadas em turbantes que vêem para a rua berrar e queimar embaixadas por causa das caricaturas dinamarquesas do Maomé. Eu não gostaria de viver num país daqueles. Mas parece que eles já estão entre nós. Já não sei onde estou… Se no Portugal de 2007, descontraído e bem humorado, apesar de tudo, se no país beato e fascistóide de 1973; se na Europa Ocidental , livre e democrática, se na Arábia Saudita ou no Irão.. E se eu fosse do Gato Fedorento passava a ter cuidado com o que dizia. Ou do tapornumporco, sei lá…”

 

de: Tapornumporco

Agora, que as campanhas, pró e contra a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, estão a entrar em ebulição, com vista ao referendo do próximo 11 de Fevereiro, não deixa de ser oportuno recordar, com a devida vénia a dois homens para uma mulher, um poema que Natália Correia improvisou quando se discutia este mesmo assunto no Parlamento em 1982.

Um poema de Natália Correia

a João Morgado (CDS)

«O acto sexual é para ter filhos» – disse, com toda a boçalidade, o deputado do CDS no debate anteontem sobre legalização do aborto. A resposta em poema, que ontem fez rir todas as bancadas parlamentares, veio de Natália Correia. Aqui fica:

Já que o coito   –   diz Morgado   –
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou   –   parca ração!   –
uma vez. E se a função
faz o orgão   –   diz o ditado   –
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.

NATÁLIA CORREIA

Diário de Lisboa, 5 de Abril de 1982.

 

 

Neste clima de enforcamentos, intromissões políticas várias e outras atitudes pouco humanistas por parte daqueles que se arrogam como garantes da liberdade e da democracia , é de salientar que ainda há quem tenha coragem política, e não só, de denunciar algumas das injustiças que, hipocritamente, se vão comentendo por esse mundo fora.

É assim que o gajo tem a liberdade de dar a conhecer o projecto teatral Sós em Miami, produzido pela companhia Teatro em Movimento, que denuncia a prisão arbitrária de 5 homens pelo governo dos Estados Unidos, sem qualquer acusação formada.

Este espectáculo estreará no próximo dia 28, pelas 21h30, no Auditório do Instituto Português da Juventude (IPJ) de Coimbra, contando com a colaboração de vários estudantes universitários desta cidade. De seguida, este espectáculo iniciará um tour nacional e, porventura, internacional.
Cartaz Sós em Miami

Para mais informações sobre este estranho julgamento poderá consultar o sítio Miami 5 que contém abundante informação sobre o caso.

esta sociedade está mesmo agreste!!!!!!
se eu acho que qualquer pessoa pode dispôr do seu corpo (e sexualidade) para ganhar a vida, também acho que não o deve fazer compulsoriamente…o melhor é clicar na imagem e ler o texto.

via: Epicurtas

Desenho de Rui Pimentel, na Visão
via: tabacaria

Há cerca de ano e meio, numa fábrica de Torres Novas, morreu uma mulher de 28 anos, mãe e esposa, por ter caído, enquanto desempenhava as suas funções numa trituradora de carne.

Hoje, ao passar por uma banca de jornais, vi um título que me surpreendeu… o tribunal condenou a empresa e a seguradora a indemenizar a família enlutada em € 100.000…

O quê? só??? – desde quando é que 20.000 contos são dinheiro que se veja? Não é que o dinheiro possa pagar uma morte, mas 20.000 contos é gozar com a família, em especial com os filhos… 20.000 contos mal dá para pagar um apartamento reles numa cidade reles…

É isto justiça?

É isto penalização a uma empresa que descura as condições de trabalho dos seus empregados???

Quem vai gerir esse dinheiro?: o viúvo, o tutor dos menores, o tribunal, a segurança social?

E, então, as crianças? Será que esse dinheiro ainda lhes poderá servir para estudarem?

 

 

 

 

 

 

O reitor da Universidade de Coimbra, abriu (?)[1], hoje, solenemente, as aulas na sua Universidade, após 2 datas apontadas (ler notícia aqui, aqui, aqui ou aqui).
É necessário questionar o porquê de tão espalhafatoso evento e os seus canapés, borlas e capelos e orações de sapiência…
Mas que raio! Luxos em época de crise… Luxos um ano depois da polícia ter entrado na Universidade e agredido e prendido os seus estudantes… Luxos quando cerca de 10% dos estudantes têm que desistir do ensino superior, por não poderem pagar propinas… Luxos quando a maioria dos docentes do ensino superior (exceptuando determinadas “famílias”) estão contratados a prazo e não podem contar com o legítimo subsídio de desemprego quando são despedidos… Luxos quando Portugal é o país da UE15 e possivelmente da UE25 com o menor número de licenciados per capita… Luxos quando as famílias portuguesas são das que mais dispendem em educação no coontexto da UE…
Uma oração de sapiência seria apontar tudo isto e não fazer um discurso de circunstância a agradecer os privilégios que o orador obteve da comunidade académica ao longo dos anos… mas hoje em dia os nossos académicos são tudo menos sapientes.
A sapiência é um dom de sábios há muito desaparecidos das universidades… a sapiência implica que se seja φίλος σοφιίας (phílos sophías), amigo da sabedoria, o que não vai acontece, salvo raras, mas brilhantes excepções, com os nossos académicos…
Tudo isto vai acontecendo porque quer os académicos, quer os estudantes do nosso tempo não passam de macaquinhos de imitação (e repetição), almenjado sempre fortuna e status social e não o conhecimento.
Que saudades da Academia e do Liceu e outras escolas helénicas, onde se buscava o conhecimento pelo conhecimento…

[1] à hora da publicação deste artigo não tinha notícias de como havia decorrido a abertura solene das aulas

imagens: pesquisa google

excelentes comentários do matarbustos a esta notícia sobre o abandono da universidade de estudantes sem dinheiro… (ler)
… e a
esta sobre o uso de armas químicas pelos EUA… (ler)

via: matarbustos

Os hospitais-empresa são piores que os públicos (ver aqui). E não se fala das condições laborais desses hospitais… Aí estão os mellos e os espíritos santos a encher a pança… à custa dos doentes, da saúde pública, dos trabalhadores e dos nossos impostos.

imagem: medi.com.pt


a música do gajo

a malta vai para aki a seguir

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