o gajo k n tem juízo nenhum!

«O acto sexual é para fazer filhos» – disse ele

Posted on: 19 Janeiro 2007

Agora, que as campanhas, pró e contra a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, estão a entrar em ebulição, com vista ao referendo do próximo 11 de Fevereiro, não deixa de ser oportuno recordar, com a devida vénia a dois homens para uma mulher, um poema que Natália Correia improvisou quando se discutia este mesmo assunto no Parlamento em 1982.

Um poema de Natália Correia

a João Morgado (CDS)

«O acto sexual é para ter filhos» – disse, com toda a boçalidade, o deputado do CDS no debate anteontem sobre legalização do aborto. A resposta em poema, que ontem fez rir todas as bancadas parlamentares, veio de Natália Correia. Aqui fica:

Já que o coito   –   diz Morgado   –
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou   –   parca ração!   –
uma vez. E se a função
faz o orgão   –   diz o ditado   –
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.

NATÁLIA CORREIA

Diário de Lisboa, 5 de Abril de 1982.

 

 

4 Respostas to "«O acto sexual é para fazer filhos» – disse ele"

«O acto sexual é para ter filhos» – Que barbaridade…
O pior é que ainda hoje em dia há quem use esta mesma frase.

Não deviam ter ido buscar isto. O senhor visado já faleceu, não se pode explicar nem defender.

Coitados dos Bonobos se procriassem só para ter filhos, eram deputados concerteza, nem chimpazés eram.(sou biólogo).
Uma resposta elaborada em forma de poema deixa estarrecido qualquer um, só tenho pena que este povo tenha medo de pensar na questão da IVG realmente. Eu enquanto Biologo afirmo a pés juntos a minha defesa da vida, a qual vivo intensamente e protejo arduamente. Na realidade se fosse mulher eu de momento diria que não faria uma IVG, mas não sou, nem estou nessa condição, na de estar perante uma gravidez, não posso ser ditador e sem conhecer ou sentir, decidir por outros.
Aos que forçosamente falam na “protecção” da vida, pensem primeiro que se uma mulher faz um aborto clandestinamente e morre devido às condições adversas, será que é “bem feito”? É “bem feito” que ela tenha morrido? Não conheço um ser humano capaz de pensar assim, mas secalhar há muitos, fico contente de não os conhecer.

Um abraço a todos e lembrem-se que enquanto humanos, é obrigação nossa defender toda e qualquer vida ao nosso alcance, a dos velhotes nas urgências completamente esquecidos, a do sem abrigo e também a da mulher que irá abortar.

Se o mundo pensasse biblicamente,teriam a consciencia daquilo que deveriam praticar e como deveriam fazê-la. O sexo deixou de ser para a multiplicação da humanidade,passando para satisfação do corpo,sem pensar nas consequêcias que poderão ocorrer.

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